A característica da maturidade está em, justamente, a gente aprender a lidar com a vida que não precisa ser perfeita.
A maturidade chega no nosso coração no dia em que descobrimos que nós temos problemas na vida, mas que ter problemas na vida não significa que a partir de então nós precisaremos ser infelizes por causa disso.
Ter problema na vida não é ter vida infeliz.
Porém, é preciso maturidade para compreendê-los.
“O discurso religioso perde a sua eficácia toda vez que incute nas pessoas a convicção de que para elas não há lugar no mundo. Não é honesto, em nome de Deus, reforçar a rejeição às fraquezas, semear culpas, autodesprezo, sentimento de inferioridade. Faz mais sentido ensinar que Deus é amor, acolhimento, misericórdia. Somente depois deste aprendizado é que seremos capazes de lidar com nossos limites”.
“Quantos morrem naquele que morre? Uma infinidade de significados humanos será sepultada num único corpo. Era mãe, irmã, amiga, filha… Todos os papéis que o amor proporciona foram silenciados no derradeiro adeus. A simbiose do amor proporcionará outra forma de continuidade. Saudade já é ressurreição. A fé não nos priva da dor. Apenas empresta o cobertor que por ora colocamos sobre o frio da alma. Para quem fica, o mundo nunca mais será o mesmo. Uma multidão morreu num corpo só. E como dói ficar”.
“Eu também estou no que deixei de viver. Minhas desistências falam de mim tanto quanto o que levei adiante. Sigo misteriosamente atado aos nãos que disse, às renúncias que fiz, aos amores que não vivi. Porque a vida é assim. Até o que escolhemos não viver segue vivo dentro de nós. Mesmo que não percebamos, tudo está se ajeitando para ficar nos estreitos esconderijos da alma”.