E guarda digitalmente os
segredos mais profundos de pessoas, empresas, governos do mundo todo e um mercado
negro repleto de ativistas digitais de um lado e criminosos das mais diversas e
assustadoras categorias, do outro.
Abaixo da superfície da internet existe um conteúdo estimado em mais de 500 vezes o
que se tem conhecimento com a internet que você acessa todos os dias. Informações
que não podem ser alcançadas nem pelos buscadores mais utilizados do mundo, como o
Google e o Bing, por exemplo. Especialistas costumam ilustrar a Deep Web como um
iceberg, onde apenas a ponta exposta seria o ambiente da internet como conhecemos.
Os mais de 60% submersos sob a superfície da água seriam a Internet Profunda.
Telas e mais telas criptografadas e escondidas atrás de senhas que só podem ser
acessadas depois de muito conhecimento no ambiente e através de navegadores como o
TOR, um software de código aberto capaz de camuflar a assinatura digital de uma
conexão, algo que pode ser considerado ilegal no Brasil.
A utilização mais conhecida para a Deep Web é a troca e armazenamento de
informações confidenciais, como as divulgadas no site Wikileaks, que tem o ativista digital
Julian assange como o representante mais notável. Essa comunicação acontece através
de fóruns, muitos e muitos fóruns.
Além disso, a comercialização é praticada nas profundezas da internet sem qualquer
regulamentação através das chamadas ‘Bitcoins’, a moeda digital corrente no mercado
virtual. Desde o compartilhamento de arquivos, como músicas, filmes, ou mesmo softwares, até
a venda de drogas. Entre as páginas mais conhecidas do TOR, está a Silk Road, um site
de vendas de drogas online. Derrubado pelo FBI em 2014, desde então, ressurgiu
rapidamente em outros endereços e continua ativo.
O canto mais obscuro
Além das atividades citadas, pesquisadores mapearam pela primeira vez um canto ainda
mais anti-social da Deep Web, conhecido como ‘Dark Web’, ou a internet obscura. De
acordo com os estudos, o que se descobriu não deve ser reconhecido exatamente como
uma rede de dados semelhante a que estamos acostumados.
Através de um algoritmo os especialistas mapearam apenas 7.178 sites, conectados
através de 25.104 links. Número considerado baixo perto da infinidade de links
encontrados na internet convencional.
Entretanto, esse número não quer dizer que a quantidade de dados seja menor. Significa
apenas que 87% desses links não se conectam a outros. Uma estratégia perfeita para
não deixar rastros no mundo digital. Ainda mais se você estiver fazendo algo confidencial
ou fora da lei. O que faz sentido levando-se em conta as atividades da Dark Web, mas
não está muito de acordo com o que se entende sobre a internet.
Virgil Griffithm é um dos principais autores do estudo, publicado no portal especializado
em estudos digitais arXiv. O especialista declara que “Eu pessoalmente achei isso bem
estranho e interpretei isso, socialmente falando, como uma evidência de que as pessoas
que criaram os sites da Dark Web sejam apenas seres menos sociáveis. Ou afinal, a Dark
Web seja mesmo precariamente utilizada como um mecanismo social. Enquanto a
internet definitivamente é”, conclui o especialista do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts – MIT.