A Amazon e a Microsoft investiram em uma empresa que reduz as emissões da indústria de concreto, injetando o CO2 residual na mistura.
CarbonCure espera remover 500 megatoneladas de dióxido de carbono anualmente da indústria de concreto até 2030. Ela já tem pelo menos um cliente na indústria de data center: Compass Datacenters.
Reduções de concreto
CarbonCure injeta uma quantidade precisa de CO2 em misturas de concreto úmido para formar Carbonato de Cálcio (CaCO3), que torna a estrutura mais forte - e não se transforma em CO2 se o edifício for destruído.
Esta semana, a empresa levantou uma nova rodada de investimentos liderada pelo Fundo de Garantia do Clima da Amazon e Breakthrough Energy Ventures, um fundo apoiado por Bill Gates de bilionários que investem em tecnologia climática, que também inclui Jeff Bezos, Marc Benioff, Reid Hoffman e Jack Ma.
Outros investidores incluíram Microsoft, BDC Capital, 2150, Thistledown Capital, Taronga Ventures e GreenSoil Investments. Os termos do investimento não foram divulgados.
“Este investimento colaborativo por empresas de desenvolvimento de tecnologia e propriedade é um grande endosso do CarbonCure como a solução de CDR para o crescente espaço de construção de tecnologia e a mudança geral para materiais de construção de baixo carbono incorporado”, disse Robert Niven, CEO e cofundador de CarbonCure Technologies.
“Testemunhamos a indústria de tecnologia definindo tendências de mudança climática com a adoção de fontes de energia renováveis como a eólica e solar. Este investimento em CDR sinaliza uma mudança mais ampla para projetos de infraestrutura públicos e privados, à medida que as indústrias e os governos voltam seu foco para a redução do carbono incorporado. "
A Amazon disse que planeja usar a tecnologia em seus prédios, incluindo seu próximo HQ2 na Virgínia. A Microsoft foi menos definitiva sobre se usaria o concreto em um futuro próximo, apenas dizendo que isso "nos ajudaria a cumprir nossa meta de ser carbono negativo até 2030".
Algum caminho a percorrer
Embora CarbonCure reduza as emissões, ele não anula as emissões de concreto, pelo que o DCD foi capaz de determinar, pois a quantidade de CO2 sequestrado é ofuscada pela quantidade que foi produzida na criação do concreto.
O site da CarbonCure promete que cerca de 30 blocos de concreto padrão podem, juntos, sequestrar 1 lb (0,45 kg) de CO2. Como um bloco padrão pesa cerca de 16 kg, isso equivale a cerca de 1 kg de CO2 sequestrado por tonelada de blocos de concreto.
No entanto, parece que fazer essa tonelada de blocos, terá produzido mais de 70kg de CO2. O Fórum de Concreto Sustentável relata que a indústria de concreto reduziu suas emissões nos últimos dez anos em algo como 16 kg por tonelada, mas a meta atual é de cerca de 72 kg por tonelada.
Qualquer mudança fracionária nas emissões de concreto é muito importante, pois a indústria de cimento é responsável pela geração de até 8% dos gases de efeito estufa globais a cada ano - o que é mais do que a aviação (2,5%) e mais do que a estimativa grosseira geralmente fornecida para emissões pelo equipamento alojado nos centros de dados.
A CarbonCure já conta com pelo menos uma empresa de data center entre sua base de clientes, com a Compass Datacenters anunciando seus planos de usar o processo da empresa em maio deste ano.
"Estimamos que o uso do CarbonCure reduzirá nossa pegada de CO2 em uma média de 1.800 toneladas por campus", disse na época a CIO da Compass, Nancy Novak. "Isso é o CO2 equivalente sequestrado por 2.100 acres de floresta ou dirigindo um carro por 6 milhões de quilômetros"
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