E isso, por sua vez, oferece a capacidade de servir produtos e serviços direcionados.
A pesquisa de professores da Northeastern University analisa aspectos como orientação de preços (a prática de exibir determinados produtos versus outros) e discriminação de preços (personalização de preços com base na intenção do usuário).
Eventos do mundo real impulsionaram a pesquisa. Em um caso, a varejista popular Staples rastreou as localizações dos visitantes e aplicou descontos nos preços se determinasse que havia lojas concorrentes em um raio de 32 quilômetros. Em outro, o site de viagens Orbitz mostrou aos usuários de Mac opções de hotéis mais caras em comparação aos usuários de PC.
Ambos os eventos apontam para uma prática preocupante: os preços de determinados produtos e serviços não são fixos, mas dependem do que os varejistas acham que você pode estar disposto a pagar. Portanto, sua localização física pode funcionar contra você; se você tentar comprar voos ou reservar hotéis em um bairro rico, pode ser solicitado que você gaste mais dinheiro do que alguém que faça logon em uma cidade menor.
Personalização ou preconceito?
As recomendações personalizadas são um item básico no mundo do comércio eletrônico. Ao analisar os cookies e os hábitos de navegação dos usuários, os varejistas podem exibir produtos que provavelmente resultarão em uma venda rápida.
Por exemplo, se você procurou recentemente por "TVs 4K", é possível que esteja no mercado de uma. Portanto, uma pesquisa genérica de "TVs" na Amazon provavelmente resultará em produtos compatíveis com 4K exibidos com destaque no topo dos resultados.
Se a Amazon mostrar primeiro resultados irrelevantes e colocar seus modelos 4K mais abaixo na página, há uma grande chance de você ficar frustrado e fechar a guia. Essa é a última coisa que os varejistas on-line desejam, então eles argumentam que a personalização oferece uma experiência de comércio eletrônico sob medida.
Embora a discriminação de preços não seja ilegal por si só e seja uma prática bastante comum entre varejistas off-line nos EUA, evoca várias conotações negativas e é um lembrete do mundo obscuro dos preços do comércio eletrônico.
As comparações de preços por meio de uma infraestrutura de medição científica ocorreram em 20 sites diferentes de comércio eletrônico espalhados pelo varejo, hotéis e aluguel de carros. Um total de 300 usuários do Amazon Mechanical Turk foram alistados para esse fim.
As conclusões finais do estudo da Northeastern University foram reveladoras. Os pesquisadores descobriram que quase 50% dos sites estavam envolvidos ativamente na discriminação e na orientação de preços, com alguns sites alterando os resultados em "centenas de dólares". Os algoritmos de discriminação de preços levaram em conta fatores como sistema operacional dos usuários, navegador, geolocalização, histórico de navegação e muito mais.
Basicamente, se duas pessoas tentassem reservar o mesmo voo, alugassem o mesmo carro ou o mesmo hotel com datas e horários de checkout idênticos, eles receberiam preços diferentes com base em várias variáveis. Portanto, sim, não apenas sua localização geográfica, mas também seu histórico de navegação e a frequência de pesquisas funcionariam contra você.
Como você pode se proteger contra esse comportamento predatório?
Como primeiro passo, você deve sempre fazer logon na Internet com uma VPN . Com uma VPN, você pode obter um endereço IP de outra parte do mundo, ajudando a acessar melhores preços e ofertas.
No entanto, às vezes esquecemos de fazê-lo, e tudo bem. Os anunciantes incômodos não vão embora tão cedo, por isso devemos estar sempre um passo à frente deles. Esse excelente recurso impedirá que os anunciantes rastreiem seus dados. Em poucas palavras, certifique-se de fazer o seguinte:
- Saia do seu navegador e exclua os cookies do navegador após cada sessão
- Desativar compartilhamento de local
- Desative o Bluetooth quando não estiver em uso para evitar o rastreamento por sinalizadores Bluetooth
- Use o navegador Tor sempre que possível
- Tenha cuidado o tempo todo
