140 caracteres

A mobilização política por meio da comunicação virtual está abalando as formas de poder constituído. A linguagem usada para a mobilização por meio das redes sociais também é nova: frases curtas, endereços de manifestação, temas agregadores muito sintéticos. As palavras de ordem adaptam-se ao formato das redes sociais, tirando proveito das plataformas de comunicação virtual existentes. A rede social mais sintética é o Twitter, que aceita no máximo 140 caracteres por mensagem. Assim, a escala da linguagem no Twitter torna-se o fio condutor desta exposição.

Foram selecionadas 140 obras da
coleção do MAM para tematizar a mobilização política. Na Grande Sala do museu,
as obras estão organizadas como numa paisagem urbana, indicando as
circunstâncias das manifestações e situando os recentes acontecimentos.
Por outro lado, na Sala Paulo Figueiredo, gera-se um contraste com as formas
anteriores de protesto político no Brasil, durante a Ditadura Militar, iniciada
com o Golpe de 64.

140 Caracteres é o resultado do
primeiro Laboratório de Curadoria realizado pelo setor Educativo do MAM. A
curadoria é compartilhada pelos vinte alunos do curso, que também dividiram a
autoria das legendas comentadas das 140 obras expostas. A mostra é o resultado
de um ano de debates entre pessoas de formações diferentes, que identificaram,
como interesse comum, as novas formas de ação política. Assim, a autoria da
exposição também se dilui num coletivo, assumindo a força da mobilização sem
líderes.