Descoberto método para extrair água do deserto mais quente da Terra
"Coleta de névoa" pode gerar entre 0,2 e 5 litros de água por metro quadrado por dia
Gabriel Sérvio20/02/2025 19h56, atualizada em 20/02/2025 20h00Em um estudo inovador, cientistas descobriram uma maneira de extrair água do ar no deserto do Atacama, um dos lugares mais secos e quentes da Terra. A técnica, conhecida como “coleta de névoa”, utiliza malhas finas para capturar a umidade presente na neblina, transformando-a em água potável.A pesquisa, realizada em Alto Hospicio, no Chile, demonstra o potencial da coleta de névoa para fornecer água potável a comunidades vulneráveis que enfrentam escassez hídrica.
Cientistas desvendam como obter água “coletando névoa”
O método consiste em instalar malhas finas em áreas propensas à neblina.
As gotas de água presentes na neblina se acumulam na malha e, por gravidade, escorrem para um sistema de calhas e tanques de armazenamento.
Os cientistas estimam que, em uma área de 100 quilômetros quadrados, a coleta de névoa pode gerar entre 0,2 e 5 litros de água por metro quadrado por dia.
Em períodos de maior neblina, a produção pode chegar a 10 litros por metro quadrado.A água coletada, após tratamento adequado, pode ser utilizada para consumo humano, agricultura e mineração. Os pesquisadores calculam que a instalação de 17.000 metros quadrados de malhas seria suficiente para suprir a demanda semanal de água potável de 10.301 pessoas na cidade de Alto Hospicio.A região, que depende de aquíferos subterrâneos em esgotamento e de caminhões-pipa, pode se beneficiar significativamente dessa fonte alternativa de água.
