'A verdade não importa para Zuckerberg': ex-diretora da Meta denuncia abuso e discriminação contra mulheres na empresa
Ex-diretora de Marketing de Produtos trabalhou na empresa por 15 anos e está processando a dona de Facebook e Instagram por discriminação e abuso, segundo site. Críticas acontecem cerca de um mês depois de Zuckerberg encerrar o programa de diversidade e inclusão interno.
Por Redação g1

05/02/2025Kelly Stonelake, ex-diretora de Marketing de Produtos na Meta (dona do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads) nos EUA denunciou a existência de uma cultura de silenciamento e discriminação contra mulheres na empresa em uma publicação no seu LinkedIn nesta terça-feira (4).
Segundo o site Business Insider, a ex-funcionária entrou com um processo contra a big tech, acusando a empresa de discriminação e assédio. No LinkedIn, Stonelake repercutiu a reportagem e deu mais detalhes sobre sua história.
"A verdade não importa para Mark Zuckerberg, mas importa para mim", disse, ao criticar o fato de a Meta ter encerrado recentemente seu programa interno de diversidade e inclusão (veja o post completo abaixo).
A ex-diretora trabalhou na empresa de Zuckerberg por 15 anos e disse que perdeu o emprego após se posicionar contra racismo no Horizon, um aplicativo de realidade virtual da Meta."Quando levantei o problema, eu me tornei o problema — um padrão que silencia as mulheres em todos os lugares, todos os dias", disse.
A ex-funcionária também relatou que foi agredida sexualmente por um chefe durante uma viagem de negócios, que teve promoções negadas pelo fato de ser mulher e que a orientaram a agir de forma "menos inteligente" na empresa."Fui agarrada pela virilha, gritaram comigo, me disseram para transar com meu chefe para ser promovida. Sobrevivi a tudo. Nada me destruiu tanto quanto um trabalho em que eu tinha que dizer 'não' a homens poderosos", disse na publicação.
"Quando a liderança da Meta me rejeitou e me excluiu, não estava apenas marginalizando mulheres: estava priorizando o poder em vez das pessoas", destacou.Kelly Stonelake citou também um comentário recente de Zuckerberg sobre as empresas de tecnologia supostamente precisarem de "mais energia masculina".
"Onde Mark Zuckerberg discursa sobre as empresas precisarem ser mais masculinas, onde ele desmantela ativamente suas equipes de DEI e onde ele encobre salvaguardas, meu caso demonstra algo inegável: ambientes tóxicos e discriminatórios não são apenas errados, eles são anti-inovação. Odiar mulheres prejudica a todos", afirmou.
O comentário de Zuckerberg sobre a necessidade de 'energia masculina' ocorreu no mesmo período que a empresa fez uma grande mudança de rota, determinando o fim do programa de checagem de fatos no Facebook, Instagram e Threads. O próprio dono da Meta anunciou a decisão, no início de janeiro.Além disso, a empresa alterou sua política sobre conduta de ódio e passou a permitir vários comportamentos que antes eram proibidos, como, por exemplo, associar termos relacionados a doenças mentais a pessoas LGBTQIA+.
A mudança de posicionamento da Meta tem sido alvo de críticas por especialistas que consideram que elas têm o potencial de aumentar a circulação de discurso de ódio nas plataformas e torná-las um ambiente mais hostil para grupos vulneráveis.

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