Mancenilheira: conheça a ‘árvore da morte’
Por Henrique Rodarte10/02/2025Atualizado:10/02/2025A Hippomane mancinella, conhecida como mancenilheira, manzanillo ou “árvore da morte”, é um perigo letal disfarçado de paisagem tropical. Presente em regiões costeiras da Mesoamérica e Caribe, essa espécie é considerada a árvore mais tóxica do planeta, segundo o Guinness World Records. Sua combinação de beleza e toxicidade extrema desafia até os mais experientes exploradores da natureza.A manzanillo é uma armadilha natural completa. Cada parte da árvore carrega riscos mortais:
Frutos enganosos: Parecem pequenas maçãs suculentas, mas são bombas tóxicas. A ingestão de apenas um fruto causa queimaduras na boca, úlceras no trato digestivo e desidratação extrema, podendo levar à morte em poucas horas.Seiva assassina: O látex leitoso contém forbol, uma substância que provoca queimaduras químicas na pele. Relatos históricos do século XVI contam que indígenas do Caribe usavam a seiva para envenenar flechas contra colonizadores espanhóis.
Sombra venenosa: Abrigar-se sob a árvore durante a chuva é um erro fatal. A água que escorre das folhas dissolve toxinas, causando irritações graves na pele e até cegueira temporária se atingir os olhos.História e mitos: da maldição caribenha aos alerta modernos
Os povos originários da América Central já temiam a mancenilheira. Cristóvão Colombo registrou em seus diários (1493) que marinheiros morreram após comer seus frutos, confundindo-os com maçãs europeias. No século XVIII, piratas do Caribe usavam a seiva para torturar prisioneiros. Hoje, em praias como as do Parque Nacional Manuel Antonio (Costa Rica), placas vermelhas com caveiras alertam: “¡Peligro! Manzanilla – Árbol Muy Venenoso”.Apesar do risco humano, a mancenilheira tem papel ecológico crucial:Estabilizadora de dunas: Suas raízes profundas protegem o solo da erosão em regiões costeiras.
Abrigo para fauna: Lagartos e aves se alimentam de seus frutos sem sofrer danos, graças a adaptações evolutivas.
Farmacologia secreta: Estudos da Universidade da Flórida investigam compostos da seiva para possíveis usos em medicamentos contra câncer.
Para turistas em áreas de risco, especialistas recomendam:
Evite contato físico: Não toque em folhas, frutos ou tronco.
Observe placas: Em parques como Manuel Antonio, as árvores são marcadas com fitas vermelhas.
Em caso de exposição: Lave a área com água corrente imediatamente e busque atendimento médico.
