Os reguladores da EUA estão formando uma lista de até 20 gigantes da internet a serem sujeitos a critérios mais rígidos e regras mais rigorosas do que os concorrentes menores. As novas regras podem forçar a big tech a compartilhar dados com rivais e revelar seus processos de captura de dados.
As 20 empresas provavelmente serão escolhidas com base em critérios como número de usuários, receita e participação de mercado. A ideia é mudar a forma como essas grandes empresas fazem negócios na UE sem ter que iniciar investigações ou processos judiciais.
Apesar das leis de privacidade robustas, como o GDPR, os legisladores da UE afirmam que mais precisa ser feito para proteger os interesses dos consumidores e incentivar a concorrência. Em alguns casos, é possível que a UE se mova para desempará-las de grandes empresas ou forçá-las a vender unidades de negócios se forem consideradas comportando-se de uma maneira que abafa a concorrência.
Um esforço contínuo para controlar a Big Tech
A EUA assumiu a liderança quando se trata de regulamentos voltados para a Big Tech. Seu GDPR (General Data Protection Regulation), implementado em 2018, é o indicador mais claro da abordagem pró-privacidade da UE. Mais recentemente, a UE derrubou um acordo que permitia que os dados de seus residentes fossem transferidos da UE para os EUA, levando pessoas como o Facebook a contestar a decisão.
Mas o desejo de controlar o poder das empresas de tecnologia existe em todas as linhas partidárias nos EUA, também, com legislações como o projeto de lei EARN IT ganhando força. Em nível global, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Nova Zelândia, Índia, Japão e EUA divulgaram uma declaração conjunta no mês passado exigindo maior acesso a comunicações criptografadas.
Há, sem dúvida, muita vontade política para conter as empresas de tecnologia, mas isso vai contra os princípios da economia laissez-faire? Poderia eventualmente sufocar a inovação e deixar os consumidores piores?
É bom para a inovação?
O objetivo de quebrar monopólios é fomentar a concorrência, que incentiva a inovação, beneficiando os consumidores com os melhores produtos e serviços possíveis.
Mas há razões para questionar a ideia de separar empresas de tecnologia consideradas grandes demais.
Muitos analistas comparam as grandes empresas de tecnologia de hoje à Standard Oil, um monopólio do século 19. A Standard Oil foi eventualmente dividida em 34 empresas diferentes, pois os reguladores consideraram que ela estava impedindo a concorrência de criar raízes.
Mas o mundo mudou fundamentalmente desde então, diz Bhaskar Chakravorti, um estudioso de negócios globais da Universidade Tufts. A concorrência internacional já é injusta, argumenta ele, já que a China reforçou suas empresas de tecnologia — como Baidu, Alibaba, Tencent, Huawei e ByteDance — ao barrar concorrentes dos EUA dentro de suas fronteiras.
Ao suprimir o crescimento da Alphabet, Amazon, Facebook e Apple, os EUA desfavorecem ainda mais suas próprias empresas em nível global — um problema que a Standard Oil não tinha — e os consumidores serão os que perderão.
Garrett Johnson, professor de marketing da Universidade de Boston, ecoa esses sentimentos: "É frustrante que a conversa tende a seguir as linhas de: 'Essas empresas estão fazendo coisas ruins, então queremos machucá-las se rompendo com elas.' Se começarmos a separar empresas que só querem, isso vai prejudicar a inovação."
O poder de mercado das maiores empresas de tecnologia do mundo deve ser controlado através da regulação? Conte para nós o que você acha nos comentários.
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